quarta-feira, 2 de julho de 2008

first post

Intercambistas: Entre tantas surpresas que a vida nos apresenta, ela nos reservou a possibilidade de um intercâmbio. Não somos melhores do que ninguém, porém, temos uma generosa dose de força de vontade pra conhecer, entender, participar e pra VIVER, de fato. Queremos mais da vida. Só estar nela não basta, precisamos fazer a diferença. Ser intercambista, não é só conhecer um novo país, viajar bastante ou fazer novas amizades. É tirar coragem de onde, antes, aparentemente não havia... é ser curioso, é aprender a esperar e, acima de tudo, construir novos laços. Essa incrível viagem tem todo um processo que começa bem antes do embarque. Qual de nós não se lembra do dia em que alguém nos disse o que era um intercâmbio ou, ainda, nos disse que iríamos fazer um? Entre outros, este é um dos momentos mais marcantes. Decidir o país, correr atrás de visto, das roupas, da imprescindível ajuda... são tantas coisas a fazer... é muita responsabilidade, não é mesmo? Chega! Uma hora a gente se depara com um dilema assustador: e na volta? Quer dizer, eu saio do meu país por um ano, deixo aqui meus amigos, minha família, meu berço, pra que mesmo? E se na volta meus amigos já tiverem se acostumado com a minha ausência, eles terão novos amigos? Afinal, um ano é muito tempo longe deles, das novidades, e vai saber aonde vai parar a nossa intimidade... São todas as estações do ano, são todos os aniversários perdidos, as datas comemorativas sem a minha presença... como vai ser? O medo está presente em todos os momentos, mas temos que tomar cuidado pra que ele não tome conta de nós. Precisamos, enfim, aprender a transformá-lo em convicção. Eu decidi entrar com toda minha força nessa experiência, assim como enfrentar meus temores sendo mais otimista. Quando eu voltar, meus amigos de verdade estarão onde os deixei: longe dos olhos, mas perto do meu coração. Minha família certamente vai se virar muito bem na minha ausência. Afinal, o que está em jogo não é a falta que eles vão me fazer e sim a lacuna que eu vou deixar. E sei que tem muitos outros iguais a mim e nenhum de nós estará sozinho, pois sempre teremos uns aos outros. Volto a dizer que estar presente fisicamente não basta, mas nesse caso também digo que estaremos sempre próximos mesmo que geograficamente distantes, pois sabemos que não estaremos sós, estaremos ‘intercambiando’. Somos descobridores por força da escolha que fizemos e estamos rindo de nervosos. Caroline Cabral